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A Era de Bronze do Super-Heróis Nacionais

 



E continuando a nossa série… Veja AQUI o artigo anterior.

Enquanto no “mainstream” as grandes editoras sofriam com a crise, no underground as produções só aumentavam.

Um pouco de contexto:

A década de 80 foi uma época de crise no mercado de quadrinhos, quando todas as editoras amargaram quedas constantes no número de exemplares vendidos, muitas não resistiram ao momento econômico desfavorável e fecharam suas portas. a crise chegou ao ápice no governo Collor.

Em contrapartida, a produção de fanzines (produção de baixo orçamento) começou a bombar nos anos 90. Durante a década surgiram eventos específicos, com direito a notas em jornais impressos e na TV.

Os super-heróis nacionais “desaguavam” de vez no cenário underground (ou independente).

Já na virada do milênio, a coisa ficou complicada…Nos anos 2000, a moda da vez eram os mangás (quadrinhos japoneses) e em pouco tempo tomaram conta de tudo, até no cenário independente.

Nessa “era sombria” para o super-heróis Br, alguns autores recorreram para a internet…Na época, muitos personagens surgiram e ganharam suas próprias HQs nos anos seguintes.


Um dos movimentos que, para mim, marcou o inicio da Era de “Bronze dos Super-Heróis Nacionais”, foi o surgimento da SM Editora (Júpiter 2).

Em 2005, o escritor e fanzineiro José Salles criou a SM Editora.

A editora trouxe uma variedade de títulos e promoveu o resgate histórico da obra de autores como: Gedeone MalagolaJulio ShimamotoElmano SilvaEdgar Franco etc.

Em março de 2008, A SM Editora mudou de nome para Júpiter 2 Editora, que durou até 2015.

Também em 2005 foram lançados personagens como: Mascara Noturna do Autor José Salles (Com arte de Eduardo Manzano) e Corcel Negro do autor Alcivan Gameleira (Ambos da SM Editora) Entre muito outros, Destaque para o surgimento da personagem Jaguara do autor Altemar Domingos (Via Latteera Editora).

No ano de 2006, o autor Micaías Ramos criou outro marco importante para o cenário: A “Tacape Editora” (Que mais tarde se tornaria a Blue Comics e Entretenimento) empresa que ficou conhecida por ser a primeira, no Brasil, a ter o seu próprio universo compartilhado. A primeira revista, em formato zine, lançada pela editora foi “O Ninja #1“, que trazia o reboot do título, criado em 2001.


Em 2007, nos blogs/Flogs da internet (movimento que mencionei acima), surgiram personagens interessantes, um deles foi o “Penitente” do autor Alexandre Cozza Ferreira.

Ainda em 2007, o autor Eloyr Pacheco criou o personagem “Escorpião de Prata”, outro marco para o cenário das HQs de super heróis.

Muitos outros personagens surgiram nesse período, mas infelizmente não há como mencionar todos aqui.  Então vamos avançar um pouco…

Em novembro de 2011, o autor José Amorim Neto criou o personagem “Cover”, laçando suas edições no blog do selo “Novo Sistema”.

Em 2012, surgiu o “CBC” Coletivo de artistas que fez bastante “barulho” na internet, chamando a atenção do publico e de outros autores. O grupo foi encerrado em 2014 após vários problemas internos. No ano seguinte (2015) A Tacape Editora adquiriu os direitos sobre o “CBC” e dessa união nasceu a “Blue Comics e Entretenimento”.

No ano de 2013, em meio as manifestações políticas contra a Dilma Rousseff, surgiu o personagem “O Doutrinador”, criado pelo autor Luciano Cunha. O personagem ganhou uma adaptação para o cinema em 2018. Durante as gravações do filme, Luciano Cunha e Gabriel Wainer, como sócios, criaram a Editora Guará.

Em 2016, com a união de vários autores independentes, surgiu o maior crossover,
envolvendo super-heróis, do país: A HQ “Protocolo: A ordem”. A revista foi publicada graças a um financiamento coletivo.

2019…

O ano que dividiu toda a cena de HQs no Brasil, sem exageros. Claro que aqui, no post, não há como abordar tudo o que aconteceu… Então vamos deixar para outro artigo. rs

E assim, encerrou-se a “Era de Bronze dos Super-Heróis Nacionais”. Contribua nos comentários:

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